Aspectos emocionais e psicológicos do divórcio
O processo de separação conjugal representa uma vivência potencialmente desestruturante, frequentemente acompanhada por elevado grau de sofrimento psíquico. Antes da ruptura formal, é comum que os cônjuges direcionem o foco às carências e insatisfações no relacionamento, desconsiderando os vínculos e aspectos ainda funcionais da convivência.
Esse período é caracterizado por significativa vulnerabilidade emocional, marcando o luto simbólico pela perda de um ideal de vida a dois. Trata-se de um rompimento não apenas relacional, mas também de expectativas socioculturais amplamente reforçadas por narrativas coletivas, exigências sociais e pressões familiares.
Nos primeiros meses após o divórcio, é recorrente a manifestação de sintomas como irritabilidade, tristeza, ressentimento, ambivalência afetiva e dificuldades de autorregulação emocional. Estratégias de autopreservação, como a atribuição de culpa ao ex-cônjuge, podem surgir como mecanismos defensivos para manutenção da autoestima.
Esse período pode também envolver perdas sociais, sentimentos de solidão, distúrbios do sono, sobrecarga mental, dificuldades financeiras e, em alguns casos, comportamentos de risco, como o uso abusivo de álcool ou outras substâncias psicoativas.
Quando não adequadamente elaborado, o divórcio pode comprometer a estrutura emocional dos indivíduos e o funcionamento familiar, gerando repercussões negativas de longo prazo.
Nessa perspectiva, a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) configura-se como uma abordagem eficaz no acolhimento e tratamento de indivíduos em processo de separação. Por meio da identificação e reestruturação de pensamentos disfuncionais, da modulação de emoções intensas e da promoção de habilidades de enfrentamento, a TCC contribui para o fortalecimento da autonomia emocional, reorganização psíquica e ressignificação da experiência vivida.
Um processo de separação acompanhado clinicamente pode favorecer o crescimento pessoal, a restauração do equilíbrio emocional e o bem-estar psicológico dos envolvidos, inclusive em sua nova dinâmica familiar.

” A Terapia Cognitivo-Comportamental é uma abordagem eficaz no acolhimento de pessoas em processo de separação, auxiliando na reestruturação de pensamentos disfuncionais, no manejo das emoções e na reconstrução do equilíbrio emocional após o término de uma relação.”